Para irmos acalmando os ânimos vamos ver algumas fotos dos locais a serem visitados.
Camping
Entrada da mata de araucária (trilha do índio)
Xaxims centenários ( trilha do índio)
Interior da trilha do índio
Visitantes no acampamento.
O Departamento Acadêmico de Engenharia Ambiental juntamente com o Diretório Acadêmico de Biologia realiza nos dias 18 e 19 de Dezembro, uma expedição de estudos. Será um dia de aprendizado pela escarpa da Serra Geral nos municípios de São Francisco de Paula, Maquiné e Torres – RS.
18/12/2010 - 1º dia3:00 - Saída da UNIVATES em frente ao Prédio 1
7:00 – Manejo da mata de Araucárias – Engenharia Florestal
7:30 - Caminhada pela Trilha do Índio, que liga o interior de São Francisco de Paula ao município de Maquiné. A trilha é utilizada pelos moradores em cavalgas pela região, exige um bom preparo físico, pois, sairemos de um nível de 1000 metros de altitude e chegando a aproximadamente 300 metros.
Posteriormente chegaremos ao camping onde encontraremos o ônibus e passaremos a noite.
Nível: Médio a Difícil. → (Requer botas de campo e água)
12:00 – Chegada prevista ao camping
12:30 – Almoço Servido pelos DA's
13:30 -Caminhada até a Cascata do Garapiá (1 km), caracterização do município, manejo e uso do solo, eco-turismo, potencial de estudos científicos -
Nível - fácil
14:30– Subida pela escarpa da Serra Geral, curso do arroio Garapiá. Discussão de projetos e conhecimentos desenvolvidos pelos alunos.
Nível – Difícil → Requer lanterna.
16:30 – Parada para lanche e descanso.
19:00 – Retorno previsto (da subida escarpa).
20:00 – Janta servida pelos DA's
21:00 – Saída a campo para observação de Anfíbios
19/12/2010 - 2º dia
8:00 – Levantar acampamentos e café da manhã.
9:30 – Saída pra Torres, com paradas para Geo-Turismo, dados e informações geológico ambientais.
12:30 – Parada para almoço ( 1 hora )
14:00 – Visita a Guaritas, informações sobre sua origem.
16:00 – Retorno a Lajeado
20:00 - Horário previsto para a chegada em Lajeado. (Somente uma previsão.)
Docentes:
Henrique C. Fensterseifer --> Geologia
Hamilton Grillo --> Ecologia
Eric Burgert --> Engenharia Florestal
Everaldo Rigelo Ferreira --> Geologia
Interessados devem entrar em contato com Integrantes dos DA's responsáveis pela organização da Expedição:
Gustavo Bartelli | (54) 91122606 | |
Fernando Poli | (51) 8152-3166 | |
Luciano Cuozzo | (51) 9882-4968 | |
Paulo Porcher | (54) 9204-7291 | |
Maitícia Mello | (51) 9611-9066 | |
Samuel Renner | (51) 9155-9271 |
Reservas poderão ser feitas até o dia 10/12/2010 mediante pagamento.
Investimento: R$ 100,00
Informações Gerais
Data: 18/12/2010 - Sábado
Horário de saída: 3 horas da manhã.
Local: Em frente ao prédio 1 da UNIVATES.
Data: 19/12/2010 - Domingo
Previsão de chegada em Lajeado: 20h - somente uma previsão.
Alimentação, hidratação, materiais para acampamento: Cada um é responsável por seu material, nos dois dias, inclusive pelo modo ao qual irá transportar seus utensílios. Por isso é importante levar o mínimo de apetrechos necessários e lembrar ao arrumar a mochila que não passaremos por nenhum mercado, armazém ou algo do gênero para comprar itens de última hora.
Junto ao Camping há um bar, onde são comercializados pães caseiros, queijo entre outros produtos.
O que levar:
· Mochila;
· Lanches para 2 dias (cereais, biscoitos, frutas secas, sanduíches, alimentos liofilizados), um almoço e uma janta serão servidos pelos DA's, estão inclusos no valor;
· Filtro solar;
· Boné e/ou chapéu;
· Óculos escuros;
· Calçado (botas de aventura) e roupas confortáveis;
· Máquina fotográfica e/ou filmadora;
· Capa de chuva;
· Roupa e calçado extra;
· Barraca;
· Saco de dormir, (colchonete ou algo do gênero);
· Lanterna de mão ou de cabeça;
· Roupa de frio para a noite;
· Utensílios para o jantar, (prato, talheres,...);
· Cantil;
· Toalha de banho.
Não há chuveiros disponíveis no local, somente rios de água limpa.
Observações:
Os Diretórios Acadêmicos reservam-se ao direito de alterar a programação por motivos climáticos que envolvam a segurança dos participantes na expedição, sem aviso prévio.
Em caso de desistência até a data limite da inscrição será devolvido 50% do valor, em virtude de despesas administrativas, caso o caminhante indique outra pessoa para substituição será restituído 90% do valor. Essa substituição deverá ser feita em até 72h úteis antes do embarque, para que seja trocado o nome na listagem de passageiros.
Esperamos por vocês!
As vagas para essa aventura são limitadas, há 45 vagas destinadas aos estudantes dos cursos de engenharia ambiental e das ciências biológicas.
Realização:
Diretório Acadêmico de Engenharia Ambiental
Diretório Acadêmico da BiologiaA concentração populacional indica alto grau de intervenção humana (ou antrópica) nos recursos naturais do bioma. Segundo dados da Comissão Interministerial para Recursos do Mar (CIRM), aproximadamente um quarto da população brasileira vive na zona costeira, somando 50 milhões de habitantes.
A parcela marinha da zona abrange uma área de aproximadamente 3,5 milhões de km2, integrada pelo mar territorial brasileiro, ilhas náuticas e oceânicas, pela plataforma continental e pela Zona Econômica Exclusiva, cujo aumento de 712 mil km2 em seus limites – além das 200 milhas náuticas originais – está sendo pleiteado pelo País junto à ONU.
Embora o Brasil tenha sido a nação do mundo que mais criou áreas de conservação nos últimos 10 anos, sua região marinha é a menos protegida. Apenas 1,57% dos 3,5 milhões de km2 de mar sob jurisdição brasileira está sob proteção em unidades de conservação.
Variedade - A biodiversidade marinha presente na zona costeira do País é relativamente pouco conhecida. Muitas regiões, ecossistemas e ambientes ainda precisam ser inventariados adequadamente. Ainda assim, o número de espécies de peixes catalogadas no bioma varia entre 705 e 1.209, considerando-se aquelas de áreas de estuário.
Os mamíferos marinhos somam 57 espécies, e os cetáceos (baleias e golfinhos) chegam a 53. Deste grupo, quatro animais estão em estado de risco: a baleia-franca, a jubarte, a franciscana ou toninha e o boto-cinza. Das quatro espécies da ordem Sirenia existentes no mundo, duas ocorrem no Brasil, uma delas o peixe-boi-marinho, mamífero aquático mais ameaçado de extinção.
Mais de 100 espécies de aves estão associadas ao bioma costeiro e marinho. Algumas são residentes e outras, migrantes. Além do guará, espécies ameaçadas de extinção vivem e se reproduzem na Região Norte. As ilhas costeiras das regiões Sul e Sudeste são sítios onde ocorre a presença do trinta-réis, da pardela-de-asa larga, do tesourão, do atobá e do gaivotão.
Das sete espécies de tartarugas marinhas conhecidas no mundo, cinco vivem em águas brasileiras: a cabeçuda ou amarela; a verde; a gigante ou de couro; a tartaruga-de-pente e a tartaruga-pequena. O Brasil possui, ainda, os únicos recifes de coral do Atlântico Sul. Das mais de 350 espécies de corais recifais do planeta, pelo menos 20 foram registradas no País, sendo que oito são encontradas apenas em nosso território. Nos manguezais brasileiros também podem ser encontradas, no mínimo, 776 espécies de peixes, aves, moluscos, plantas e artrópodos.
As principais ameaças à biodiversidade marinha nacional são a aquicultura, a pesca insustentável, a expansão de áreas urbanas e o turismo, além da poluição, redução dos recursos hídricos, corte de madeira de manguezais e mudanças climáticas.
A movimentação de navios de todo o mundo também contribui para o declínio da diversidade biológica marinha, pois favorece a entrada de espécies exóticas invasoras – a segunda maior causa da perda de biodiversidade em todo o mundo – por meio da água de lastro das embarcações, que, uma vez ancoradas, despejam na área brasileira as águas armazenadas recolhidas em outros países, repletas de espécies estrangeiras que disputam habitats e nutrientes com as espécies silvestres locais.
Alerta – De acordo com o documento Panorama Global da Biodiversidade, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), ecossistemas costeiros e marinhos continuam sofrendo a redução de sua extensão, ameaçando uma de suas funções básicas imprescindíveis, a absorção de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, fundamental na mitigação das mudanças climáticas globais.
Além de acolher uma ampla variedade de seres vivos, esses ecossistemas proporcionam serviços essenciais à sobrevivência humana, como alimentos, manutenção do clima, purificação da água, controle das inundações e proteção costeira, bem como o turismo e lazer. O relatório ” A Economia de Ecossistemas e da Biodiversidade” ( TEEB, em inglês) estima que tais subsídios podem gerar um valor de cerca de US$ 14 bilhões de dólares anualmente. O cálculo envolve o valor potencial de produtos comercializados, como o pescado, além do valor adicional de serviços ainda não-comercializados, incluindo o sequestro de carbono e a proteção contra enchentes.
Metas e ações brasileiras – O MMA prevê lançar ainda este ano o Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos do Brasil, um retrato da biodiversidade marinha, suas ameaças, ações e projetos de conservação, que abordará os principais desafios para sua manutenção. A publicação lançará um alerta sobre a necessidade e a urgência de conservação da zona costeira e marinha do País.
A meta nacional estabelecida para conter a perda de biodiversidade no Brasil, até 2010, era de conservar, no mínimo, 10% da área de ecossistemas marinhos, que seriam protegidos por meio de unidades de conservação (UCs). De acordo com o Panorama Marinho, apenas 1,5% da zona costeira e marinha está protegida, e o bioma representa uma grande lacuna em termos de áreas protegidas no Brasil, consideradas um dos principais instrumentos de conservação. No bioma, existem 38 UCs de proteção integral e 64 de uso sustentável.
Outra importante iniciativa está relacionada à identificação de espécies ameçadas e à elaboração de planos de ação para recuperá-las. Para isso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está coordenando a avaliação do estado de ameaça de espécies marinhas. O objetivo é identificar a atual situação de grupos em risco ou ameaça de extinção, de forma a gerar informações técnico-científicas para a revisão da lista nacional de espécies ameaçadas. A partir destes dados serão feitos planos de ação e adotadas medidas que busquem reverter o estado de ameaça, visando a recuperação de populações marinhas.
Estoques pesqueiros - O maior esforço nacional no levantamento da biodiversidade marinha e da situação dos estoques pesqueiros foi promovido pelo Programa Revizee, que confirmou a baixa concentração de nutrientes em águas nacionais e sua consequente produtividade reduzida, que compromete os estoques pesqueiros.
De acordo com o coordenador de gestão de Recursos Pesqueiros do MMA, Roberto Gallucci, é importante conter impactos sobre manguezais e recifes de coral, como o desmatamento, a degradação desses ecossistemas e a sobrepesca, uma vez que são locais de reprodução, crescimento e alimentação de boa parte dos peixes marinhos. Em todo o mundo já desapareceram 27% dos recifes. Nos países em desenvolvimento, um quarto do pescado anual é capturado nos recifes de coral, o que torna esses ecossistemas responsáveis pelo sustento de cerca de 1 bilhão de pessoas somente na Ásia.
“É fundamental promover a gestão eficiente, a recuperação e uso sustentável dos recursos pesqueiros”, afirma Gallucci. “Preocupa muito o quadro dos impactos ambientais no bioma costeiro e marinho. Por isso, será necessário adotar mecanismos de recuperação e conservação dos estoques pesqueiros, entre os quais, o estabelecimento de áreas de exclusão de pesca”, diz.
O MMA atua em programas para conservação de ecossistemas-chave- como manguezais e recifes de coral -, além de contribuir com os planos de gestão para espécies que têm sido muito pescadas (sobreexplotadas) e com o processo de ordenamento pesqueiro.
A gerente de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros do MMA, Ana Paula Prates, afirma que o desejável seria instituir uma Política Nacional de Conservação dos Oceanos, com meios garantidos para sua execução e participação de diferentes parceiros e setores governamentais em busca da manutenção dos estoques pesqueiros e da biodiversidade marinha.
Ana Paula avalia, ainda, ser necessário valorizar e implementar as unidades de conservação existentes, criar novas áreas protegidas, monitorar contínua e ininterruptamente os ecossistemas mais frágeis, além do incentivar e apoiar a pesquisa e divulgação da importância dos ecossistemas costeiros e marinhos para toda a população brasileira.
Extensão – A Zona Costeira e Marinha do Brasil se estende da foz do rio Oiapoque (AP) à foz do rio Chuí (RS), e abrange os limites dos municípios da faixa costeira a oeste até as 200 milhas náuticas, incluindo as áreas em torno do Atol das Rocas (RN), dos arquipélagos de Fernando de Noronha (PE) e de São Pedro e São Paulo (PE), e as ilhas de Trindade e Martin Vaz, situadas além do limite marinho. Sua faixa terrestre se estende por aproximadamente 10.800 mil quilômetros ao longo da costa – computados os recortes de litoral e reentrâncias naturais- e possui uma área de aproximadamente 514 mil km2.
Mudanças Climáticas - Os ecossistemas costeiros e marinhos, como recifes de coral e manguezais, são considerados especialmente vulneráveis às mudanças climáticas por sua fragilidade e limitada capacidade de adaptação, com danos que podem se tornar irreversíveis. Os recifes de corais, por exemplo, podem ser o primeiro ecossistema funcionalmente extinto pelas mudanças do clima, caso ocorra um aumento médio de 2 a 3 ºC de temperatura.
Cientistas consideram que os manguezais e marismas sejam negativamente afetados pela elevação do nível do mar, especialmente nos casos em que existem barreiras físicas no lado terrestre, como diques e cidades. Os impactos negativos sobre as zonas úmidas costeiras atingirão diretamente populações humanas. Muitas das comunidades mais pobres do planeta moram em áreas costeiras e dependem dos manguezais e da pesca nos recifes de coral para sua segurança alimentar. (Fonte: Carine Corrêa/ MMA)
A Mata Atlântica é uma formação vegetal brasileira . Acompanha o litoral do país do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte (regiões meridional e nordeste). Nas regiões Sul e Sudeste chegava até Argentina e Paraguai . Em função do desmatamento, principalmente a partir do século XX , encontra-se hoje extremamente reduzida, sendo uma das florestas tropicais mais ameaçadas do globo. Apesar de reduzida a poucos fragmentos, na sua maioria descontínuos, a biodiversidade de seu ecossistema é uma dos maiores do planeta. Cobria importantes trechos de serras e escarpas do Planalto Brasileiro , e era contínua com a Floresta Amazônica . Foi a segunda maior floresta tropical em ocorrência e importância na América do Sul , em especial no Brasil .
A área de domínio (área cuja vegetação clímax era esta formação vegetal) abrangia total ou parcialmente 17 estados:
A área original era 1.290.692,46 km², 15% do território brasileiro.
Atualmente o remanescente é 95.000 km², 7,3% da área original.
A proteção do CONAMA se estende não só à mata primária, mas também aos estágios sucessionais em áreas degradadas que se encontram em recuperação. A mata secundária é protegida em seus estágios inicial, médio e avançado de regeneração.
Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a extensão territorial brasileira está totalmente destruída. Do que restou, acredita-se que 75% está sob risco de extinção total, necessitando de atitudes urgentes de órgãos mundiais de preservação ambiental às espécies que estão sendo eliminadas da natureza aceleradamente. Os remanescentes da Mata Atlântica situam-se principalmente nas Serras do Mar e da Mantiqueira, de relevo acidentado.
A biodiversidade da Mata Atlântica é maior mesmo que a da Amazônia . Há subdivisões da mata, devidas a variações de latitude e altitude. Há ainda formações pioneiras, seja por condições climáticas, seja por recuperação, zonas de campos de altitude e enclaves de tensão por contato. A interface com estas áreas cria condições particulares de fauna e flora.
A vida é mais intensa no estrato alto, nas copas das árvores, que se tocam, formando uma camada contínua. Algumas podem chegar a 60 m de altura. Esta cobertura forma uma região de sombra que cria o microclima típico da mata, sempre úmido e sombreado. Desta forma, há uma estratificação da vegetação, criando diferentes habitats nos quais a diversificada fauna vive. Conforme a abordagem, encontram-se de seis a onze estratos na Mata Atlântica, em camadas sobrepostas.
Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas são endêmicas (ocorrem apenas na Mata Atlântica). Das bromélias , 70% são endêmicas dessa formação vegetal, palmeiras , 64%. Estima-se que 8 mil espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica.
Observa-se também que 39% dos mamíferos dessa floresta são endêmicos, inclusive mais de 15% dos primatas , como o mico-leão-dourado . Das aves 160 espécies, e dos anfíbios 183, são endêmicas da Mata Atlântica.
É possível que muitas espécies tenham sido extintas sem mesmo terem sido catalogadas. Estima-se que 171 espécies de animais, sendo 88 de aves, endêmicas da Mata Atlântica, estão ameaçadas de extinção. Segundo o relatório mais recente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, entre essas espécies estão o muriqui, mico-leão-dourado, bugio, tatu, tamanduá, entre outros.
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) apresentou um estudo, na sexta-feira (16), que aponta o Aquífero Alter do Chão como o de maior volume de água potável do mundo. A reserva subterrânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá e tem volume de 86 mil km³ de água doce, o que seria suficiente para abastecer a população mundial em cerca de 100 vezes, ainda de acordo com a pesquisa. Um novo levantamento, de campo, deve ser feito na região para avaliar a possibilidade de o aquífero ser ainda maior do que o calculado inicialmente pelos geólogos.
Em termos comparativos, a reserva Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água potável que o Aquífero Guarani - com 45 mil km³ de volume -, até então considerado o maior do país e que passa pela Argentina, Paraguai e Uruguai. "Os estudos que temos são preliminares, mas há indicativos suficientes para dizer que se trata do maior aquífero do mundo, já que está sob a maior bacia hidrográfica do mundo, que é a do Amazonas/Solimões. O que nos resta agora é convencer toda a cadeia científica do que estamos falando", disse Milton Matta, geólogo da UFPA.
O Aquífero Alter do Chão deve ter o nome mudado por ser homônimo de um dos principais pontos turísticos do Pará, o que costuma provocar enganos sobre a localização da reserva de água. "Estamos propondo que passe a se chamar Aquífero Grande Amazônia e assim teria uma visibilidade comercial mais interessante", disse Matta, que coordenou a pesquisa e agora busca investimento para concluir a segunda etapa do estudo no Banco Mundial e outros patrocinadores científicos.
O geólogo informou que a segunda etapa de pesquisa será a visita aos poços já existentes na região do aquífero. "Pretendemos avaliar o potencial de vazão. Dessa maneira teremos como mensurar a capacidade de abastecimento da reserva e calcular a melhor forma de exploração da água, de maneira que o meio ambiente não seja comprometido", disse
Para Marco Antonio Oliveira, superintendente do Serviço Geológico do Brasil, em Manaus, a revelação de que o Aquífero Alter do Chão é o maior do mundo comprova que esse tipo de reserva segue a proporção de tamanho da Bacia Hidrográfica que fica acima dela. "Cerca de 40% do abastecimento de água de Manaus é originário do Aquífero Alter do Chão. As demais cidades do Amazonas têm 100% do abastecimento tirado da reserva subterrânea. São Paulo, por exemplo, tem seu abastecimento em torno de 30% vindo do Aquífero Guarani."
Oliveira disse que a reserva, na área que corresponde a Manaus, já está muito contaminada. "É onde o aquífero aflora e também onde a coleta de esgoto é insuficiente. Ainda é alto o volume de emissão de esgoto 'in natura' nos igarapés da região."
Recuperação da reserva
Oliveira faz um alerta para a exploração comercial da água no Aquífero Alter do Chão. "A água dessa reserva é potável, o que demanda menos tratamento químico. Por outro lado, a médio e longo prazo, a exploração mais interessante é da água dos rios, pois a recuperação da reserva é mais rápida. A vazão do Rio Amazonas é de 200 mil m³/segundo. É muita água. Já nas reservas subterrâneas, a recarga é muito mais lenta.
Ele destaca a qualidade da água que pode ser explorada no Alter do Chão. "A região amazônica é menos habitada e por isso menos poluente. No Guarani, há um problema sério de flúor, metais pesados e inseticidas usados na agricultura. A formação rochosa é diferente e filtra menos a água da superfície. No Alter do Chão as rochas são mais arenosas, o que permite uma filtragem da recarga de água na reserva subterrânea", disse Oliveira.
Uxbridge, Canadá, 13 de Setembro (Terramérica).- As águas do Mar das Caraíbas estão mais quentes do que nunca, e os corais da região estão a ficar brancos e começam a morrer, alertam especialistas. O fenómeno pode ser observado sobretudo nas Antilhas Menores, nas Caraíbas Sul, disse Mark Eakin, coordenador do programa Coral Reef Watch, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
A temperatura está mais elevada do que em 2005, quando um grave caso de embranquecimento afectou boa parte das Caraíbas. Quase 60% dos corais morreram nessa oportunidade nas norte-americanas Ilhas Virgens, disse Mark ao Terramérica. Nessa região, a temperatura da água atinge o seu ponto máximo entre Setembro e Outubro.
É provável que a área afectada pelo embranquecimento de corais aumente para Leste e chegue até à Nicarágua, passando pela Ilha La Española, onde ficam Haiti e República Dominicana, até Porto Rico e Antilhas Menores, e para o Sul ao longo das costas caribenhas do Panamá e da América do Sul, alertou no mês passado a Coral Reef Watch.
“Isto pode ser pior do que em 2005, a menos que algumas tempestades tropicais misturem as águas quentes da superfície com as mais profundas e frias”, ressaltou Mark. Os recifes coralinos são encontrados em menos de 1% dos oceanos do mundo, mas abrigam entre 25% e 30% de todas as espécies marinhas. Aproximadamente mil milhões de pessoas dependem directa e indirectamente deles para subsistir.
É um dos ecossistemas essenciais para a sobrevivência humana, diz a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Um pedaço colorido de coral é uma colónia de milhares de diminutos animais, os pólipos, que produzem em torno deles esqueletos de pedra calcária em forma de taça, utilizando o cálcio da água marinha.
Geração após geração de pólipos que vivem, constroem e morrem vão formando os recifes, um habitat para esta e muitas outras espécies de flora e fauna. As cores dos corais são proporcionadas pelas algas zooxanthellae, que cobrem os pólipos, fornecem a eles alimentos – açúcares e aminoácidos – e em troca obtêm um lugar seguro para viver com luz suficiente para a sua fotossíntese.
Esta perfeita relação simbiótica, que funciona há 250 milhões de anos, quebra-se quando a água aquece muito ou é contaminada. As algas morrem, o que pode ser visto pelo embranquecimento, e os pólipos ficam sem alimento e tornam-se muito vulneráveis às enfermidades. Antes da década de 1980, foi registado um único grande episódio de esbranquecimento. A elevação de um ou dois graus da temperatura máxima de verão basta para disparar o processo.
Quanto mais tempo durar essa temperatura, maior é a descoloração. Os corais podem recuperar se a situação se prolongar algumas semanas. O aquecimento da atmosfera, derivado da emissão de gases de efeito de estufa libertados pela queima de combustíveis fósseis, está a aquecer gradualmente os oceanos. Em Julho, a temperatura das superfícies marinhas registou um pico de 62 décimos de grau acima da média do Século 20, segundo a NOAA.
No sudeste da Ásia, os oceanos aqueceram quatro graus acima do normal, em Maio. Embranqueceram entre 60% e 80% dos corais de várias áreas próximas de Indonésia, Vietname, Sri Lanka, Tailândia e Malásia, e alguns morreram, segundo estudos do Programa da Indonésia da Wildlife Conservation Society.
Acredita-se que desta vez o embranquecimento será pior do que em 1998, quando acabou com 30% dos corais dos oceanos Índico e Pacífico ocidental e central, afirmou esta organização. Naquele ano, 16% dos corais do mundo morreram. Até a década passada, a sobrepesca, a contaminação e o desenvolvimento económico costeiro eram as principais causas das mortes dos corais. Estas ameaças persistem, apesar da criação de áreas marinhas protegidas e de reservas onde a pesca é proibida.
Apesar das boas intenções, estes esforços não são efectivos, disse ao Terramérica o ecologista marinho Peter Sale, do Instituto para a Água, o Meio Ambiente e a Saúde da Universidade das Nações Unidas. “A maioria das áreas marinhas protegidas não funciona. As chamamos de parques de papel”, acrescentou. Apresentam problemas de administração e de projecto e não consideram a realidade de que os recifes não podem existir em isolamento.
Se o desenvolvimento costeiro gera contaminantes ou sedimentos que fluem para o oceano, os recifes próximos estarão acabados, porque se encontram numa área marinha protegida, disse Peter. Também há uma assombrosa escassez de dados científicos. “Não sabemos como deveria ser cada uma dessas áreas para apresentar resultado efectivo”, afirmou.
Nas Caraíbas, a pesca mais abundante é a da lagosta. “Mas nenhum dos países da área sabe de onde procedem as suas. Assim, como gerir adequadamente esse recurso?”, questionou. Após a desova, as larvas da lagosta flutuam livremente cerca de nove meses no mar, viajando centenas de quilómetros de distância do lugar de nascimento, segundo novas investigações.
Estas descobertas fazem parte de um projecto que elaborou o guia “Preserving reef connectivity: a handbook for marine protected area managers” (Preservando a conectividade dos recifes: manual para administradores de áreas marinhas protegidas), informou Peter. A protecção local e a gestão dos corais são essenciais para que resistam aos efeitos da mudança climática: o embranquecimento e a acidificação das águas, que enfraquece o esqueleto calcário do recife, enfatizou.
No começo dos anos 1980, os habitantes de duas pequenas ilhas das Filipinas recuperaram os seus corais e a sua pesca, que estavam à beira da extinção. Conseguiram isso criando zonas de proibição para pesca e gerindo-as de maneira adequada. Hoje capturam mais peixes com menos esforço e geram boa renda com o turismo, disse Peter. É necessário que as áreas marinhas protegidas das Caraíbas sejam geridas numa rede regional vinculada à costa continental, acrescentou. “Se for bem feito, serão beneficiados corais, pesca e o entorno costeiro”, concluiu.
Artigo produzido para o Terramérica, projecto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.
(Envolverde/Terramérica)